24.6.09

num dia de chuva,
é dificil achar um saida
para um meio seguro.
nos dias de chuva,
a hipocrisia fica em casa,
por ter medo de se molhar.
num dia de chuva ,
não posso ficar em casa.
há que aproveitar
o cinza do céu,
e as ruas despidas de preconceito.
são dias de sentir a areia nos pés,
de olhar para o infito
na procura de um horizonte inexistente.
folhas desfolhadas,
folhas em branco,
folhas de um papel quimico cortante,
são coisas que me deixam incoerente,
com um nó na garganta.
é um desconsolo vê-las assim nuas
apesar do tempo não me ajudar
tento agarrar-me a elas sempre que possivel

pelas conversas
parece que o terror só existe nos filmes
mas, quanto a mim este, está, mais presente
em folhas em branco.
é horrivel encarar um folha nula.
é complexo!
é um mar de nada
que me assusta e repele
e que me complica o raciocínio.
é como um furo na mente
que obstrui o pensar.
eu quero fugir a policia
e roubar maçãs
ao som de Carlos Paredes.
eu quero mandar coisas ao ar,
sem ter de explorar
o caos e o quociente
de números efémeros.
e mesmo que me dêem estalos à queima roupa,
eu hei-de fugir
por caminhos de pé posto
mal frequentados.

qual conspiração, qual quê?

nem os fantasmas santos
nem os velhos lá da rua
me encontrarão.
para além de mais fantasias
Sócrates sempre teve noção do que sabia.
energrumenos são aqueles que se deixam enganar,
e já chega, que este dia está no fim,
o senso comum insiste
em não deixar de existir,
e já está na altura
de escolher um rumo
em busca de algo melhor.