8.12.08

A ignorância Consome-me

A ignorância consome-me
E a minha estupidez começa a tornar-se exaustiva.
Quem nunca viu, foi só porque não quis,
Visto que um mais um, ainda são dois.

Há quem diga que são coisas impossiveis de controlar.
Eu digo, - Não quero controlar!
Apenas existem pequenos pormenores,
Que prefiro esconder para não me ferir.

Não me ferir, não a ferir.
É que prefiro isto a nada,
E a reacção é bastante previsivel.

Levitar

Por instantes deixei de ter contacto com o chão,
Plena lufada de ar quente, que me levita
Em torno do nada.
Será por causa deste gole corrusivo?
Acontece que não sei, mas sei que me sinto vivo,
E isso, penso que já é alguma coisa.
Pela primeira vez, há algo que me excita
De forma não clara, abstracta...
São estas as incoerências
Que me levam além da superfìcie,
Criando tangentes compulsivas
Que me levam de novo a roçar o mosaico frio.

21.10.08

Animal, animal

Tudo corre bem.
O comboio já passou e a linha ainda estremece.
As pessoas ainda olham para a caixa,
E ela ainda não se mexeu.

O animal continua a esconder-se na sua precipitação,
Tentado fugir a cada gota que lhe corta a pele.
São as tensões tendenciosas que o assustam,
E que o levam às cavernas menos iluminadas.

É o seu invulgar preconceito que o põe abaixo,
Sempre com a ajuda do cartucho caçador,
Que a ameaça de morte a cada segundo passado.

O animal é provocado e foge da cerca electrificada.
Tu és tu, e não irás mudar.
O animal é sangue e tu o caçador.

Queima o teu papel para conseguires viver!
Queima o teu ego para conseguires ver!
Deita a tua caixa fora,
Ela não te serve de nada.
Deixa de ser o animal que eu sou,
Fraco, gélido, incompreendido, energúmeno.
Cala a tua voz para te ouvires!
Tu não sabes o que dizes.

31.8.08

Porta 55

Para lembrar do que fui,
Para esquecer a escoria que sou,
Quero limpar a ardósia
Que deixaste escrita.

Parto a cabeça ao meio
Para cheirar o mofo interior da insanidade.

Já tenho o estômago colado às costas de tanta desilusão.
Uma vez que todos nascemos das sombras,
Experimenta andar com os meus pés,
Vais ver como é difícil seguir em frente.
Se passares pela porta 55,
Diz ao dono da casa:
O fim está para breve;
A visão anula-se;
E o pulso começa a enfraquecer.

Eu, Puto

Quando era um rapazito brincava sempre sozinho. Não havia muita gente da minha idade e eu até gostava de estar só.
Gostava de inventar novos dialectos, mas no dia seguinte já não me lembrava de nada, porque não o registava.
Falava sozinho.
Falava muito sozinho.
Chegava a fazer o "papel" de quatro ou cinco personagens ao mesmo tempo, tudo inventado na hora, "à pressão".
Lembro-me muito bem de ter grandes discussões comigo próprio, sobre coisa nenhuma. Mas o que mexia mais comigo eram os pontos de vista e a imagem presente na retina e nos timpanos de cada pessoa.
Interogava-me se, as pessoas tinham mesmo aquele aspecto que tinham para mim, e se para os outros elas já podiam ter outro aspecto completamente diferente.
Que cada pessoa tivesse a sua linguagem visual.
Hoje, noto que as coisas não são bem assim tão diferentes, só não chegam é, a extremos como eu imaginava.
Mas ao fim ao cabo, a sociedade é uma mixórdia de pequenos mutantes. Uns mais bonitos. Outros menos agradaveis á vista.
O que interessa é que pode sempre existir alguêm com uma visão criativa que nos eleve ao polo positivo.

Marta

Marta perdeu o seu víciu de vida.
Por mais que corra
A sua virtude já estava caída.
Sua mãe vive numa casa adandonada,
Inundada de analgésicos.
Já nada importa.
Só lhe resta afogar-se no seu mal.

O comboio passou
E não quis parar.
Marta deitou-se no apeadeiro
Na espera de eu a ir buscar,
Mas eu já estava no comboio
Para impedir que o maquenista parasse...

Fecha o Livro e Volta a Abri-lo Numa Página Qualquer

Hipócrita!Que mais dizer?Eu sou umreles hipócritaSem rumo, cheio de incertezas.

O livro manda escolheres um Deus,Para que possas entrar no jogo.

Se calhar, partir nem era má ideia.Desde que a rectaguarda esteja segura,O louco não nos fará mal,Nem nos afogará no seu lodo!

Aaaaah! Aah! Ah! Ah!Deus é o político perfeito!Mata em seu nome,E um dia serás eleito!

Erros! Erros! Erros!
Uns atrás d'outros,Comendo o que há por aí;Nem a boa vontade os cura.Traz o teu Deus e senta-te para jogar.

7.5.08

19 Pedras

O saco já vai pesado,
E a sua abertura sempre esteve à vista.
Já se contam dezanove pesadas pedras,
Que me torturam a coluna.
As ultimas cinco, sim as ultimas cinco...
Essas sim, descrevem os maiores vincos da minha coluna.
De tão pesadas que essas pedras são.

Não me posso queixar.
Estas ultimas pedras deram-me importância.
Mais do que isso, deram-me a conhecer as importâncias
Que me têm definido como importância.
Viva ou morta,
Assassina ou assassinada.
Não me posso queixar,
É para essas importâncias que trabalho todos os dias
Para corrigir erros passados,
Que esganam o fino pescoço do futuro.

Quero que as importantes pessoas que me circundam me matem!
Que seja uma morte rapida.
Que não provoque dor nem agonia,
Que seja à faca fria
Se assim o for necessário.
Pois é para elas que vivo
E é para elas que morro.

Que se montem os puzzels,
Feitos tal e qual um Mondrien.
Só quero acaba-lo
Antes de chegar ao cimo do saco.
Não quero deixar nenhuma peça por colocar!
E mais tarde ou mais cedo,
Bem ou mal, elas irão ser colocadas
Like a jigsaw swing...

23.4.08

Victor Wooten

Soberbo!

18.4.08

A OUVIR!

iLIKETRAINS


EVERYTHING IS MADE IN CHINA



MOTEK



Radiohead - House of Cards (live)

Simplesmente lindo.



17.2.08

Bonança

Chegou a hora da bonança.
A tempestade acabou.
Finalmente os meus olhos abrem-se perante a escura luz da noite.
Ainda meio acabrunhado,
Dou-me conta das falácias que me rondam os olhos.
É tarde.
É tarde, e só agora é que trinco a maçã real,
Impingida por alguém sobrenatural,
Que teima em não mostrar o verdadeiro rosto.
Esse alguém, sabe mostrar-me o caminho,
Mas não o faz.
Não o faz, e eu não quero saber.
Já me dei conta dos passos
Que querem que dê
E os atrasos que isso me tem causado.

É por isso que não tenho passado
De um mero peão,
Pouco prestável,
Que é utilizado apenas em ultimo caso
Ou quando o primeiro outorgante precisa de lago meu.

Quero deixar de ser quem tenho sido.
Talvez a solução passe por ser igual a toda gente,
Visto que já só me procuram
Para palas secundárias, de importância insignificante.

A minha cabeça está feita numa espessa névoa,
Que não magoa, nem atordoa,
Mas que estremece qualquer orgulho presente no meu rosto.
Chega de altruísmos…
A tempestade acabou,
Chegou a hora da bonança.