Quando era um rapazito brincava sempre sozinho. Não havia muita gente da minha idade e eu até gostava de estar só.
Gostava de inventar novos dialectos, mas no dia seguinte já não me lembrava de nada, porque não o registava.
Falava sozinho.
Falava muito sozinho.
Chegava a fazer o "papel" de quatro ou cinco personagens ao mesmo tempo, tudo inventado na hora, "à pressão".
Lembro-me muito bem de ter grandes discussões comigo próprio, sobre coisa nenhuma. Mas o que mexia mais comigo eram os pontos de vista e a imagem presente na retina e nos timpanos de cada pessoa.
Interogava-me se, as pessoas tinham mesmo aquele aspecto que tinham para mim, e se para os outros elas já podiam ter outro aspecto completamente diferente.
Que cada pessoa tivesse a sua linguagem visual.
Hoje, noto que as coisas não são bem assim tão diferentes, só não chegam é, a extremos como eu imaginava.
Mas ao fim ao cabo, a sociedade é uma mixórdia de pequenos mutantes. Uns mais bonitos. Outros menos agradaveis á vista.
O que interessa é que pode sempre existir alguêm com uma visão criativa que nos eleve ao polo positivo.
31.8.08
Eu, Puto
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