21.10.08

Animal, animal

Tudo corre bem.
O comboio já passou e a linha ainda estremece.
As pessoas ainda olham para a caixa,
E ela ainda não se mexeu.

O animal continua a esconder-se na sua precipitação,
Tentado fugir a cada gota que lhe corta a pele.
São as tensões tendenciosas que o assustam,
E que o levam às cavernas menos iluminadas.

É o seu invulgar preconceito que o põe abaixo,
Sempre com a ajuda do cartucho caçador,
Que a ameaça de morte a cada segundo passado.

O animal é provocado e foge da cerca electrificada.
Tu és tu, e não irás mudar.
O animal é sangue e tu o caçador.

Queima o teu papel para conseguires viver!
Queima o teu ego para conseguires ver!
Deita a tua caixa fora,
Ela não te serve de nada.
Deixa de ser o animal que eu sou,
Fraco, gélido, incompreendido, energúmeno.
Cala a tua voz para te ouvires!
Tu não sabes o que dizes.

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